Vivemos um momento preocupante quando falamos de saúde emocional. Já figuramos entre os países mais ansiosos do mundo e batemos recordes de afastamentos no INSS por transtornos mentais (mais de 30% entre 2020 e 2022).
A pandemia provocou um verdadeiro bota-fora dos anseios profissionais dos brasileiros. Até então, bater metas e estar comprometido com os objetivos da organização estava no topo das prioridades de empresas e funcionários. Hoje a vida está mais complexa, desafiadora e a rotina mais exaustiva e dolorosa.
Com todas essas mudanças e instabilidades, as organizações estão percebendo a necessidade de se trabalhar as questões emocionais e relacionais das pessoas dentro do contexto do trabalho.
Já sabemos que pessoas felizes produzem mais. Mas, agora, essa ideia ganha contornos urgentes quando nos deparamos com mais ansiedade, receio e incerteza quanto ao futuro, lutos e perdas constantes, pedidos de demissões pelo trabalho não trazer realização.
A pandemia parece ter trazido à tona uma série de fatores que chamamos hoje de saúde emocional do colaborador, ou como preferimos usar, das pessoas. O que antes parecia não ser tão importante, ou talvez, não considerávamos como prioridade, seja por medo de trabalhar questões que são difíceis ou que muitas vezes parecem não caber dentro do contexto do trabalho, tem se tornado emergente, quase impossível de jogarmos para debaixo do tapete.
Aquela afirmação antiga, de que “precisa separar a vida pessoal da vida profissional”, já não faz sentido. Não só por não ser possível separar essas dimensões, mas também porque constatamos que tudo é Vida.
Neste Dia Mundial da Saúde Mental, nos interrogamos sobre como podemos avançar e, definitivamente, não somente cuidar das pessoas que sofrem, mas termos ações concretas para potencializá-las em sua resiliência e crescimento.
Dra. Ticiana Paiva | Head de Psicologia da Starbem (CRP 06/97950)